Mas tal como este bebé, a Matilde não consegue fazer nada sozinha, a não ser pôr a língua de fora quando me vê ou ao meu tio; precisa dos pais, e de quem quer que seja, mas principalmente dos pais, para se governar, para conseguir sobreviver.
Ela não era nada se os pais simplesmente a tivessem posto neste mundo, ponto. Não, eles têm que a ensinar a comer, a andar, o bem, o mal, o giro, o feio, entre tantas outras coisas.
Eles estão lá agora que ela precisa e vão continuar a estar lá quando ela achar que já não precisa. Eles vão estar sempre com ela, porque sozinha ela não conseguiria evoluir, tornar-se em alguém, viver.
A Matilde tem, no presente dia, exactamente treze meses e onze dias. A Matilde nasceu dois dias antes de nós. A Matilde representa-nos.
Costumo olhar para ela e ver-nos: é frágil e ao mesmo tempo tão reguila, segura de si, promissora, precisa que lhe sejam dedicados tempo e atenção, é amorosa e extremamente divertida.
Nós somos os pais da nossa relação, temos que estar sempre com ela, ajudá-la a enfrentar tudo, juntos.
Vamos cuidar da nossa Matilde.
Ando tão lamechas, esperemos que passe.
Ahah.