
É tão mais fácil falar de tristeza, frustração, desespero, desilusão.
Escrever quando é isso que se sente é fácil, basta dizer 'a mágoa cá dentro é tamanha que nem palavras encontro que a descrevam, blá blá blá', algo do género, com 'negro, escuridão, fundo, apertado, sufocante, trevas, lágrimas', diz-se e consegue transmitir-se tudo o que se sente, toda a mensagem que se quer passar.
Mas com 'claridade, leve, livre, sorrisos' não se consegue descrever felicidade.
Pergunto-me por que me será mais fácil falar do insuportável do que daquilo que me faz sentir o bem. No que a ti toca, as palavras tem que ver com felicidade e todo o seu campo semântico/lexical, no entanto, servir-te-á de alguma coisa eu dizer-te que 'a felicidade que me causas é tamanha que nem palavras encontro que a descrevam'? Servir-me-á a mim?
Não. Não poderia, até porque nada diz.
Gostava de encontrar todas as palavras de que preciso e escrever-te um texto bonito, para que no fim soubesses tudo aquilo que te quero dizer, não sei é onde procurá-las. Vou tentado que elas venham à superfície nos gestos que te dirijo, em cada sorriso, em cada toque.
Espero que percebas embora, e eu compreendo isso, seja complicado ter noção da dimensão de algo tão imenso, tão absurdamente gigante.
Por vezes, nem eu própria a tenho. Por vezes, quando a tenho, assusto-me.
Existirá um 'gostar demais'?
Quando de ti se trata, nunca há um 'demais'.
O que te quero dizer, muito resumidamente:
Amo-te mais do que a qualquer coisa, mais do que qualquer pessoa.
Vivo-te.