Será que te lembras disto? Já foi há algum tempo. No tempo das dúvidas e das questões.
É de um tempo que já passou, mas fala de um sentimento que ficou.
Não quero perdê-lo, a Internet não deve acabar tão cedo, portanto aqui fica:
Representação da Realidade
Dizes que represento muito para ti
Mas não represento nada contigo.
Tudo o que te digo é sincero, sentido.
Subiste ao palco da minha vida, vieste representar
Representaste tão bem que eu dei-te lá um lugar
Uma actriz precisa do seu ordenado
Se não me dás o que eu quero,
Está tudo acabado.
Não tenho grandes recursos, o argumento tem pouco discursos
Os papéis são improvisados e os actores algo confusos
Remuneração económica não é possível senhora actriz
Não fui eu quem assim quis, só aceitou o papel porque quis
Se não se sente bem sente-se ali ao fundo mais além
Sabes bem do que falo
Não estou sob o efeito do cavalo
Não me referia a dinheiro,
Quero apenas que sejas um bom companheiro
Vá lá, não é preciso ser nenhum génio
Vamos lá fazer isto, no fim ganhamos ambos um prémio.
Eu sou o que quiseres se fizeres por isso sabes bem
Eu nunca te enganei como nunca enganei ninguém
Não é preciso ser génio para entender aquilo que digo
Se digo que gosto de ti não te vou meter em perigo
Porque eu digo o que sou e sou pelo qual suo
Se não subires ao palco comigo desisto, não actuo
Talvez tenhas razão
A culpa não é tua
Sou eu que tenho uma pedra no lugar do coração
Mas aqui estou eu, verdade nua e crua
Estou à espera que me dês a mão.
Tenho medo da ribalta
Luzes chamam a atenção
Não sei se estou à altura, sabes que não sou muito alta
Tentas dizer por rima o que não consegues dizer em prosa
Música ambienta o clima, olhei para ti, dei-te uma rosa
Espero que gostes se não gostares diz-me porquê
Se de uma rosa não gostas não sei mais que te dê
Não é preciso tanto esforço sou um desenho sem esboço
Imperfeito, perfeccionista, gosto do que gosto com gosto
Sou capaz de grandes feitos e do mal mais terrível
Sozinho posso ser fraco, contigo posso ser invencível
Até que nível iremos? eu acho-te capaz de tanto
A ribalta foi feita bem à medida do teu encanto
Nem divido a ribalta, os aplausos são todos teus
Se me deixares algum dia os teus lábios serem meus
Desculpa se exagero é só e apenas porque te quero
Queres que espere por ti? Se sim, eu fico e espero
Eu impero no meu mundo, tu és minha conselheira
Posso-te dar quase tudo, podes pagar de qualquer maneira
Não há preço para o que mais vale e tu vales tanto
Já devia saber isso, não sei porque ainda me espanto
Não rimo como tu,
De poesia não percebo um cu.
Posso dizer-te que
A tábua que me lanças até parece segura
Vamos devagarinho,
Sou cabeça dura
E ainda nem sei o nosso destino.
Não me acho assim tão capaz,
Sinto-me fraca, não quero que isto seja apenas algo fugaz.
Se não aceito a tua rosa, não é porque não gosto da flor
É apenas porque não percebo o significado da cor.
Percebes onde quero chegar?
Quero chegar a ti, mas sou eu quem está difícil de alcançar.
Não tenho paciência para cenas românticas
São demasiado calóricas
Não tenho jeito também para peças eróticas,
O que eu quero mesmo é uma comédia
Que me proporcione bons momentos
Muitos risos, típicos de quem já vai na nona média. (oh meu deus, o que é isto?!)
Não é preciso ser poeta para escrever um poema
Não é preciso ser activista para seguir um lema
Não tenho um esquema definido característico
Apenas gosto de ser eu, estranho e místico
Talvez medroso, sempre que arrisquei perdi
Não me quero arriscar de mais e ficar sem ti
Senti que sim, ou talvez não. Isso quem sabe
Foi há tão pouco tempo, tenho tanto medo que acabe
Simplificando eu não complico nem preciso disso
Para que saibas, não é um sonho eu sou real e não postiço
Desculpa a falta de sentido ou de coerência
Que rapidamente se colocam em causa e evidência
Deixando-me de poesia vou voltar à velha escrita
O meu último verso é só para dizer que és bonita.
Vamos deixar-nos de tretas
O palco espera-nos.
Vamos ser grandes, talvez fazer figura de patetas,
Não me interessa, estamos juntos não vamos separar-nos.
Vamos pular, até provocar um sismo
Retiro o que disse,
Talvez não faça mal uma pitada de erotismo.
Reli tudo, acreditei no que querias.
Para acabar: gosto de ti, sabias?
Não sei para que pus a cor diferente o que é meu e o que é teu. A diferença é tão óbvia. Incrível, a minha falta de jeito.
Mais incrível ainda, como tu percebeste exactamente o que eu queria dizer. E disseste tudo o que eu precisava de saber.
Posso dizer que tenho saudades do engate? Das indirectas, dos olhares e dos toques subtis? Foi tudo tão espontâneo, tão rápido...
Desculpa, sabes que é das coisas que mais me arrependo, quando olho para trás, desculpa-me por não ter admitido duma vez aquilo que já sentia por ti.
O que, vamos lá dizer a verdade, não era nada comparado ao que sinto por ti hoje e muito menos se compararmos com o que vou sentir amanhã.
Não trocava aquilo que nós temos, por nada deste (nem do outro) mundo. E cada vez tenho mais medo que acabe, ficar sem ti é das coisas que mais me assustam.
Mas também não vale a pena pensar nisso agora. Estamos bem. Estamos muito bem.
Estamos perfeitos.
Continua a querer-me como nesse dia, como nos dias antes, como nos dias depois.
Quer-me como eu te quero: profundamente, sinceramente, estupidamente, absurdamente, i
nfinitamente. Eternamente.
Hoje, apaixonei-me por ti. Outra vez.
és 'o singular que nos deixa plural',
único e insubstituível
e eu amo-te com tudo.